67 – 👩‍🏫📖 Educação Cristã: Valorização dos Professores para uma Missão Transformadora 🌟✝️

21 de out. de 2024
7 min de leitura

Atualizado: 25 de nov. de 2024

Onde você vai passar o Natal? Costumo dizer por aqui que o Natal perdeu um pouco a graça desde que não tenho mais a casa da Vó para ir. Lembro-me de como era divertido: dormir amontoado com os primos, a bagunça das guerras de travesseiros, correr pelo quintal e sentir o cheirinho das comidas gostosas. Mas, o que eu mais gostava era de sentar à mesa e ouvir as histórias dos tios – seus sucessos, fracassos e experiências. Tudo me interessava, pois eram "fatos reais"! Amava aquele ambiente, e havia alguém que garantiu esse agrupamento saudável: a Vó. Infelizmente, desde a sua partida, o Natal nunca mais foi o mesmo.

O que a Vó tinha que fazia todos se reunirem em sua casa? Certamente, era a figura materna, a cuidadora dedicada à família. Em troca, todos a cercavam de cuidado, garantindo que não lhe faltasse nada. Ela era a agregadora de valor à "família".

Na narrativa de hoje vamos relembrar um trecho da narrativa de Neemias, que ilustra como ele restaurou a dignidade dos “vôs” que tinham “sumido” porque suas necessidades básicas não estavam sendo supridas no templo.

10 Também fiquei sabendo que os levitas não tinham recebido a parte que lhes era devida, e que todos os levitas e cantores responsáveis pelo culto haviam voltado para suas próprias terras.

11 Por isso repreendi os oficiais e lhes perguntei: "Por que essa negligência com o templo de Deus? " Então eu convoquei os levitas e cantores e os coloquei em seus postos.

12 E todo o povo de Judá trouxe os dízimos do trigo, do vinho novo e do azeite aos depósitos.

13 Coloquei o sacerdote Selemias, o escriba Zadoque e um levita chamado Pedaías como encarregados dos depósitos e fiz de Hanã, filho de Zacur, neto de Matanias, assistente deles, porque esses homens eram de confiança, e ficaram responsáveis pela distribuição de suprimentos aos seus colegas. Neemias 13:10-13

Note que Neemias havia liderado um projeto extraordinário. Ele planejou cada etapa, deixou líderes para manter tudo "em ordem" e voltou ao palácio. Porém, ao retornar 12 anos depois, encontrou uma situação inacreditável: o suprimento dos levitas e sacerdotes, fora negligenciado, o que os obrigou a deixar o serviço no templo para garantir sua subsistência. Neemias, então, restaurou a prática dos dízimos e organizou a distribuição dos recursos, permitindo que os líderes espirituais voltassem a se dedicar integralmente ao serviço de Deus.

Ao longo dos anos, tenho observado um cenário semelhante na educação. Em geral, somos capazes de identificar que a profissão docente não é valorizada em instituições públicas e privadas. E, quando olho para o contexto de algumas escolas cristãs, também observo professores e gestores que precisam, muitas vezes, trabalhar em várias escolas para cobrir suas necessidades, pois são remunerados abaixo do mercado.

Muitos mantenedores justificam essa prática com a ideia de que estão servindo a uma "causa maior", o que, apesar de nobre e de atrair professores visionários e com espírito missionário, ao longo do tempo não se sustenta. Os professores mais qualificados são atraídos por instituições que pagam melhor, e os que ficam precisam conciliar múltiplos empregos, comprometendo a qualidade do ensino e a saúde emocional.

A sobrecarga resulta em professores exaustos, frustrados por não conseguirem dar o melhor de si.

Essa situação afeta diretamente a formação dos alunos e a missão da escola. Assim como os levitas, forçados a abandonar o templo, professores e gestores acabam focando mais na sobrevivência do que na educação cristã. E, se você já estudou minimamente sobre educação cristã já sabe que é o professor uma das “peças” mais importante deste processo.

Mas, como irão se não há quem os envie? Como se manterão no “campo” se não há quem os sustente com todo o necessário? Como conseguirão cumprir a missão se estão exaustos?

Tenho sonhado e desenhado um modelo de escola em que cada gestor, cada professor tenha uma única preocupação – preparar com excelência as suas atividades! Que não tenham que entrar em sala de aula:

· exaustos e sem um plano de aula por terem trabalhado até altas horas em outros empregos,

· pensando na bronca que tomará da coordenadora porque não conseguiu fazer a burocracia da escola, porque estava na outra escola,

· pensando no boleto que não foi pago,

· pensando na energia que será cortada,

· pensando na geladeira vazia,

· pensando na doença que não foi curada por não ter um bom médico ou o remédio,

· pensando que queria poder se divertir um pouco mais com sua família

· pensando que estão em crise entre tudo o que estão aprendendo na educação cristã e tudo o que aprenderam a vida toda, mas mal têm tempo de refletir melhor sobre isso, já que na outra escola, tudo é “mais coerente” com sua formação.

Percebe o perigo de se tentar economizar em termos de remuneração justa? O quanto isto é um “boicote” ao que se diz querer fazer na cultura BAM – Business As Mission?

Tenho apoiado consultorias de abertura de escolas e sei que a folha de pagamento é o maior “gasto” da escola, enquanto empresa. Mas afinal, seria um gasto ou um investimento?

Pensa comigo investidor, qual é o ganho, a longo prazo, de se reter talentos que :

· Você ajudou a formar?

· Que você valorizou financeiramente?

· Que só trabalha na sua escola, pois tem todas as suas necessidades supridas?

· Que é o seu stakeholder mais satisfeito?

· Que é, na verdade, o seu embaixador fora dos muros da escola?

· Que atrai alunos e novos talentos para sua escola pois não para de falar bem de seu trabalho incrível?

· Que quando é enviado para se reciclar fora, expande a visibilidade da sua marca por onde vai e atrai os curiosos para entender o que esta escola tem de tão especial que tem um profissional tão incrível assim?

· Que quando precisa se mudar de cidade, lhe oferece um sociedade e quer levar sua franquia junto com ele?

· Que, mesmo depois de se aposentar, permanece ao seu lado, ajudando a formar a nova geração de professores?

Será que isto não vale cada centavo “a mais” pago para reter professores e gestores que serão a sua maior campanha de marketing?

Agora reflita como:

Assim como os levitas foram forçados a deixar suas responsabilidades espirituais para cuidar de suas próprias necessidades, os professores e gestores, se não forem adequadamente valorizados, podem acabar focando mais em sobrevivência pessoal do que na missão educacional. Isso enfraquece a proposta educacional da escola, especialmente quando se trata de promover uma visão cristã da vida.

Sei que talvez você esteja lendo e dizendo...mas ela sabe que a conta não fecha pelo lado do gestor?

A resposta deveria ser um sim, mas o que tenho visto é: depende. Depende da prioridade.

Qual é a prioridade da escola: ter o melhor equipamento tecnológico da região ou o melhor professor cristão da região? É claro que não estou dizendo que não devemos ter escolas modernas, mas, ao ter e reter o melhor professor cristão da região, logo terás os equipamentos que tanto deseja!

Tenho sonhado e desenhado um modelo de escola onde professores e gestores possam se concentrar unicamente em suas atividades, sem precisar se preocupar com empregos extras, contas a pagar ou a saúde comprometida. Que tal buscar aplicar as 4 estratégias de Neemias para alcançar esse ideal?

Remuneração justa e digna: Professores e gestores devem receber salários compatíveis com o mercado, permitindo-lhes viver com dignidade.
Desenvolvimento profissional: Investir em treinamentos e oportunidades de crescimento é essencial para que os educadores cresçam tanto no aspecto pedagógico quanto espiritual.
Suporte espiritual e emocional: Como os levitas tinham funções espirituais, professores também precisam de suporte para discipular alunos e cuidar de sua saúde emocional.
Estrutura organizacional saudável: Assim como Neemias organizou a administração dos recursos, a gestão escolar deve garantir que educadores possam se concentrar na missão sem serem sobrecarregados por tarefas burocráticas.

Aplicação Prática para as Escolas Cristãs

Neemias restaurou a dignidade dos levitas ao garantir que tivessem condições de se dedicar ao serviço. Da mesma forma, as escolas cristãs precisam reconhecer que valorizar professores e gestores não é apenas justo, mas também um investimento na missão. Educadores bem remunerados e apoiados podem se dedicar plenamente à formação de uma geração de líderes cristãos. Se as escolas cristãs seguirem o exemplo de Neemias, investirão em pessoas – o verdadeiro alicerce de uma educação que transforma vidas.

Assim como a Vó foi o pilar de nossa família, o professor satisfeito pode ser o pilar que sustenta e agrega valor à "família escola". Experimente e veja!

ITimóteo 5:17-18

Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino, pois a Escritura diz: "Não amordace o boi enquanto está debulhando o cereal", e "o trabalhador merece o seu salário".

OBS: O contexto é direcionado para os pastores, mas seu princípio, pode ser aplicado aos professores cristãos.

Oração

Senhor Te louvo pela oportunidade de Te servir! Te louvo pelo privilégio de estar lado a lado com outros professores cristãos que tem o senso de missão na "veia" e que, muitas vezes, sacrificam sua saúde e família para Te servir mesmo em contextos não tão favoráveis do ponto de vista financeiro. Oro para que o Senhor desperte os mantenedores e investidores do Ecossistema da Educação Cristã, para que eles percebam a joia rara que têm em suas mãos, o verdadeiro tesouro de seus investimentos - o capital humano. E que, o Senhor os dê prosperidade para que possam investir na vida de seus professores/gestores. Oro para que possamos ver escolas cristãs florescendo neste país por meio de professores cristãos que trabalham integralmente em seu ministério - de Ensinar para Transformar Vidas! Amém!

"A consciência da missão passa pela consciência de que nossa vida nesta terra é brevíssima e que, daqui a pouco, será ETERNIDADE." Inez Borges

Gostaríamos de convidá-lo a fazer parceria com Cornerstone Christian Education. Estamos ao seu lado para apoiar a formação de professores cristãos e a implementação da cultura BAM nas escolas. Oferecemos cursos, treinamentos, mentorias e remodelagem de negócios para assegurar que suas escolas possam formar líderes acadêmica e espiritualmente preparados. Vamos juntos fortalecer o papel dos educadores e construir uma educação verdadeiramente transformadora.